Olhando pela janela hoje à noite voltei alguns meses atrás.
Interessante chegar a conclusão que aquela janela acesa do outro lado da rua, no 18° andar, já foi motivo de muita dúvida, muitas esperanças e hoje, só significa que alguém reside naquele lugar.
Sim, foram anos esperando por você. Até sete meses atrás eu pensava "será que um dia seremos felizes?". Investi nesta relação, porém um dia resolvi que era tempo de uma nova vida, pois aquela já não era a minha.
Difícil estar numa relação onde não há cumplicidade, conexão. Até poderia existir amor, mas sozinho, ele não prospera, jamais.
Quando estávamos juntos parecíamos um casal perfeito. As pessoas achavam isso e eu acreditava que também éramos perfeitos.
Nos conhecemos na adolescência, sabíamos dos nossos defeitos, qualidades. Mas a sua beleza cansou. Suas histórias cansaram. Seus prazos, sempre dilatados me esgotaram. Eu só não tinha coragem de dizer chega. Era como estar numa gaiola com a portinhola aberta. Os pássaros todos cantando, voando e eu ali, presa naquela história que não era minha, nem sua, muito menos a nossa.
Hoje olho para aquela luz acesa e percebo o quanto foi necessário estar ali. Com a porta aberta pude olhar o que estava ao redor. Pude perceber que minhas asas, apesar de muito tempo paradas, ainda poderiam voar. Vi que não precisava ser alimentada; sim, eu poderia me alimentar sozinha.
Tomei coragem, fui até a beirada e me lancei no vazio. Senti o vento no rosto. O sentimento de satisfação que senti ao descobrir que poderia viver a partir dali foi tão palpável que me enchi da segurança que pensava nem mais existir e fui embora.
A felicidade logo bateu à porta. Logo ela que eu nem lembrava mais que existia. A prova cabal de que é preciso ter coragem para ser feliz.
Agradecida, imensamente agradecida por você ter deixado aquela portinhola aberta. Não fosse por isso hoje eu não saberia o que é verdadeiro e o que é falso, eu não poderia amar e muito menos ser amada. Afinal, a vida tem que ser leve, alegre. A gente merece ser feliz.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
A gente merece ser feliz
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