quinta-feira, 28 de maio de 2015

Eu tirei o pó das lembranças

Hoje eu lia um artigo que falava sobre colocar as lembranças na estante e por um instante me toquei que as minhas lembranças sobre você também estão, na minha estante.
Confesso que por vezes não olho para elas, sequer tiro o pó; quem sabe para que elas não brilhem tanto, para não chamarem a atenção da saudade que sua presença me faz.
Mas as lembranças merecem sim uma polida a fim de que não pesem tanto quando ouvir sua voz ou ainda quando um amigo seu conta o quanto galanteador você é por aí.
Olhei para a estante e lembrei de você mudando de cor numa loja quando ligaram sua voz ao seu rosto. De você orgulhoso daquela história fantástica do elo perdido e todo mundo te ligando para falar sobre isso. De você pendurado no meu ombro enquanto descíamos uma escada rolante e eu, em pânico com aquela situação (hahaha você não sabia disso). De você me ligando para perguntar o que eu achava do seu novo empreendimento, das suas dúvidas e eu dizendo "vá lá e ouça o que ele tem para dizer. Não perca esta oportunidade" e depois de alguns dias você me liga dizendo "obrigada pelo seu incentivo, deu certo"!
Lembrei também daquela mensagem enviada às 4h30 da madrugada dizendo que havia chegado em casa " são e salvo" e eu morta de ciúmes porque você havia saído com seus amigos.
Falando em lembranças, estive lá naquele restaurante esses dias e adivinha onde me colocaram? No mesmo lugar que sentamos. Olhei ao redor, pela janela e lembrei que naquela noite você contou que tocava violão e eu pensei "Deus, de que planeta ele veio?" Porque não é possível existir alguém: lindo, carinhoso, educado, gente boa, um papo super agradável, chato as vezes, carente também, temente a Deus e que ainda toca violão???
Lembrei de você sorrindo, frustrado, bravo, chorando, vermelho. Lembrei de você tomando vinho e contando um pouco mais sobre sua vida.
Hoje eu tirei o pó das minhas lembranças, me peguei rindo sozinha, "vendo" seu sorriso e "ouvindo" suas risadas.

domingo, 24 de maio de 2015

"Oi amor"

Tem dias que estou tão atribulada que nem lembro que você existe, mas tem outros que dá vontade de passar a mão no telefone só pra ouvir você dizer "oi amor".
Na verdade, me chamar de amor foi uma maneira de dizer: "querida, preciso que você me ajude nisso..."
Não sei quando foi que me chamar de amor passou a ser um pouco mais especial, só sei que a partir deste momento, saquei que havia muito mais que sedução profissional nesta relação.
Sei que existe uma demarcação territorial muito bem definida aí, tanto profissional quanto emocional. Eu sei também que ela é muito mais sua que minha e eu preciso confessar que gosto disso.
Acho que é por isso que as vezes bate essa vontade louca de falar com você, só pra ouvir você dizer "oi amor". Me faz sentir que de alguma forma você pertence a mim e eu a você.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

A gente merece ser feliz

Olhando pela janela hoje à noite voltei alguns meses atrás.
Interessante chegar a conclusão que aquela janela acesa do outro lado da rua, no 18° andar, já foi motivo de muita dúvida, muitas esperanças e hoje, só significa que alguém reside naquele lugar.
Sim, foram anos esperando por você. Até sete meses atrás eu pensava "será que um dia seremos felizes?". Investi nesta relação, porém um dia resolvi que era tempo de uma nova vida, pois aquela já não era a minha.
Difícil estar numa relação onde não há cumplicidade, conexão. Até poderia existir amor, mas sozinho, ele não prospera, jamais.
Quando estávamos juntos parecíamos um casal perfeito. As pessoas achavam isso e eu acreditava que também éramos perfeitos.
Nos conhecemos na adolescência, sabíamos dos nossos defeitos, qualidades. Mas a sua beleza cansou. Suas histórias cansaram. Seus prazos, sempre dilatados me esgotaram. Eu só não tinha coragem de dizer chega. Era como estar numa gaiola com a portinhola aberta. Os pássaros todos cantando, voando e eu ali, presa naquela história que não era minha, nem sua, muito menos a nossa.
Hoje olho para aquela luz acesa e percebo o quanto foi necessário estar ali. Com a porta aberta pude olhar o que estava ao redor. Pude perceber que minhas asas, apesar de muito tempo paradas, ainda poderiam voar. Vi que não precisava ser alimentada; sim, eu poderia me alimentar sozinha.
Tomei coragem, fui até a beirada e me lancei no vazio. Senti o vento no rosto. O sentimento de satisfação que senti ao descobrir que poderia viver a partir dali foi tão palpável que me enchi da segurança que pensava nem mais existir e fui embora.
A felicidade logo bateu à porta. Logo ela que eu nem lembrava mais que existia. A prova cabal de que é preciso ter coragem para ser feliz.
Agradecida, imensamente agradecida por você ter deixado aquela portinhola aberta. Não fosse por isso hoje eu não saberia o que é verdadeiro e o que é falso, eu não poderia amar e muito menos ser amada. Afinal, a vida tem que ser leve, alegre. A gente merece ser feliz.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Naqueles dias

Sabe mulher naqueles dias? Então. A gente chora por um alfinete, a gente briga por uma formiga. A gente passa as horas trabalhando contando com o momento de sair, a gente passa as horas olhando para o espelho e pensando: por que eu existo?
A gente passa dias sem se tocar que o carinha que nos faz bem não ligou, mas nestes dias a gente passa o dia com o telefone do lado esperando que ele toque e, se não tocar, de nada importa se ele não sabia que ansiavamos pela ligação, a gente tem plena convicção que ele precisava ter ligado e dito apenas "oi, tudo bem com você?".
Há algumas que gritam, outras que escrevem (eu) rs, outras silenciam, mas o conteúdo é o mesmo, nossos sentimentos e medos mais profundos afloram.
Entramos em vibes sem noção, achamos que ele não nos ama ou que estamos feias. Não adianta falar, não adianta insistir, estamos assim, teimosas, carentes, sentimentais, doloridas.
A gente sabe que dali três, cinco dias passa, mas naquele momento parece que é eterno.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Seis meses

Se em um dia a nossa vida pode mudar drasticamente, o que dizer de seis?
É tempo demais e tempo de menos para muita história.
Durante este tempo eu já ri, chorei, orei, briguei, amei, odiei ter amado, fugi, sonhei, busquei respostas, encontrei e depois perdi. Escrevi, deletei, escrevi novamente.
Não sei se tudo isso foi recíproco, sei que jamais um equívoco, mas sei que os últimos seis meses não passaram em branco. Foram coloridos cada dia com uma cor.
Alguns foram mais claros, amemos. Outros mais escuros, turbulentos.
Houve dias de muito silêncio, que surpreendentemente foram ensurdecedores, mas eu compreendo que eles também foram necessários.
Enfim. Já se passaram seis meses e eu ainda acho que é tempo demais e tempo de menos para muita história.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Quando foi que me perdi pelos seus olhos?

Eu já disse que sempre preferi os verdes aos negros, e ao reler minhas linhas sobre eles, fiquei pensando: quando foi que me perdi pelos seus olhos?
É certo dizer que me perdi por você logo no primeiro encontro, mas não foram os seus olhos que me chamaram atenção naquele dia.
Buscando na memória, me deparo com frases soltas, risadas frouxas, ah sim, eu já havia falado deles para você, mas em tom de ciúmes: "se elas perceberem o quanto são lindos esses olhos elas vão se apaixonar", ou "quem não cai de amores por um moço como olhos tão verdes assim?"...
Mas, ainda revirando o "baú de recordações" acabei encontrando o dia quem enfim, eu me perdi pelos seus olhos. Foi no dia em que você chorou.
Assustadoramente eles ficaram ainda mais claros e eu quase vi sua alma por meio deles. Vi dor, vi medo, vi incertezas, vi amor, vi que não daria para passar dali.
A vontade que eu tinha era de pegar você no colo, pedir a Deus que apagasse tudo que nos impedia de estarmos juntos, mergulhar na imensidão dos seus olhos e deixar o destino nos levar.
Sua sinceridade, estampada nos seus verdes, me impediu de seguir adiante, mas a mesma sinceridade que escorria deles me fez saber que você era tudo que eu queria e podia ter.
Eu continuo achando que você é um perigo ambulante, no meio dessa multidão de mulheres, porque, vamos combinar: qual é a mulher que resiste a um par de olhos tão verdes e tão claros assim?
Faz tempo que não encontro esse par. Faz tempo que não me perco em seu olhar. Qem sabe daqui um tempo, nem eu nem você sabemos ao certo quando, a gente se esbarre novamente  e quem sabe sem impedimentos, eu me perca de novo em seu olhar e me reencontre em você.